Reflexões para o ano novo!
À medida que os dias voam e o tempo se desenrola, é comum nos encontrarmos envoltos pela saudade do que já foi. Às vezes, o passado se apresenta como uma tapeçaria bela, outras vezes, nem tanto. No entanto, surge o momento crucial de direcionar o olhar para o futuro.
Um ponto essencial a perceber é como compreender nossos próprios limites pode ser a chave para uma compreensão mais ampla da vida.
Não será a idealização do que poderia ter sido, mas não foi, que mudará o curso dos eventos inscritos profundamente em nossos corações. É fundamental afastar a angústia da culpa, o peso do remorso, e não se castigar com hipóteses improváveis de acontecer.
A falta que sentimos muitas vezes não é apenas daquilo que ficou para trás, mas, sobretudo, de nós mesmos. Essa estranha emoção não é um equívoco, mas sim o reconhecimento da própria ausência, da finitude e da nossa constante falta de controle sobre os fatos.
Na vida, raramente as coisas se desenrolam como planejamos. Somente quando nos conscientizamos da nossa insignificância diante dos desígnios do destino é que encontramos a verdadeira liberdade.
Perder a segurança, o conforto de uma alternativa ou o aconchego de uma intimidade pode ser um choque. É a súbita percepção de que já não contamos com o espelho, de que não há mais alguém para olhar por nós. É crucial compreender que ninguém é melhor do que nós mesmos para afirmar nossa própria importância.
Possivelmente, o que mais precisamos é nos (re)conhecer e iniciar uma jornada para uma maior conexão conosco mesmos.
A vida, com sua rapidez surpreendente, parece passar num piscar de olhos. Nesse breve lapso temporal, devemos encontrar valor na nossa própria existência e aproveitar intensamente cada momento.
A psicanálise nos convida a essa reflexão profunda, a essa busca por compreensão e reconciliação interna. Reconhecer nossa vulnerabilidade, aceitar nossos limites e abraçar a jornada de (re)descoberta pessoal pode ser o primeiro passo para uma vida mais plena e consciente.
Assim, convido você a olhar para dentro, a abraçar suas próprias imperfeições e a caminhar em direção à sua própria essência. A vida é efêmera, mas a jornada para encontrar-se consigo mesmo pode ser a mais significativa de todas.