Transtorno Bipolar Através da Lente da Psicanálise

Transtorno Bipolar Através da Lente da Psicanálise

Todos nós vivemos altos e baixos emocionais. Hoje, você pode estar triste devido à perda de uma promoção no trabalho, mas amanhã, a chegada de um parente querido de longe pode trazer felicidade. No entanto, para aqueles que enfrentam o transtorno bipolar, essas flutuações emocionais são muito mais intensas e desafiadoras.

Este distúrbio faz parte do grupo de transtornos de humor, que afetam profundamente o equilíbrio emocional das pessoas. Sua característica central é a alternância entre períodos de euforia (chamados de “mania”) e períodos de depressão. Essas fases se intercalam com momentos sem sintomas evidentes.

Vamos explorar mais a fundo as características do transtorno bipolar e como a psicanálise pode oferecer assistência para aqueles que o enfrentam.

Compreendendo o Transtorno Bipolar

Imagine que nossas emoções são como uma montanha-russa. Para quem tem transtorno bipolar, essa montanha-russa é mais extrema, com subidas alegres e quedas profundas. Essa condição envolve mudanças intensas de humor, que podem ser difíceis de controlar.

Pesquisas revelam que tanto nos momentos de intensa alegria quanto nos de profunda tristeza, as pessoas com transtorno bipolar podem agir de maneira impulsiva. Isso significa que suas reações às situações ao redor delas podem ser exageradas.

Interessante notar que essas mudanças não ocorrem apenas durante os episódios visíveis da doença. Estudos mostraram que mesmo em momentos assintomáticos, o cérebro das pessoas com transtorno bipolar opera de forma diferente do padrão normal.

Manifestações do Transtorno Bipolar

Cada fase do transtorno bipolar tem características marcantes e a intensidade dos sintomas pode variar de pessoa para pessoa. Sem tratamento, os episódios de crise tendem a se tornar mais frequentes.

Por exemplo, durante os episódios maníacos, é comum a pessoa sentir uma grande alegria e animação, frequentemente acompanhada de ansiedade e nervosismo. Isso pode levar a comportamentos impulsivos, como deixar um emprego, terminar um relacionamento ou fazer viagens impulsivas.

Geralmente, um ou dois dias após a intensa euforia, um episódio de depressão se instala. Isso faz com que a pessoa passe por uma mudança completa de comportamento, sentindo-se deprimida, triste, preocupada e vazia.

Consequentemente, as ações impulsivas tomadas durante os episódios maníacos são frequentemente reconsideradas, resultando em desafios para lidar com essas mudanças repentinas de humor.

Causas do Transtorno Bipolar

Ainda não compreendemos completamente as causas do transtorno bipolar, que afeta aproximadamente 4% da população brasileira. O que sabemos é que fatores genéticos e desequilíbrios em neurotransmissores desempenham um papel fundamental.

Pesquisadores também identificaram que fatores ambientais podem desencadear as características genéticas do transtorno bipolar. Alguns desses fatores incluem episódios frequentes de depressão, estresse prolongado, uso de medicamentos para emagrecimento e até mesmo disfunções na tireoide.

Diferenças entre Transtorno Bipolar e Depressão

Muitas vezes, o transtorno bipolar é confundido com a depressão, mas eles têm diferenças distintas. A depressão é caracterizada por um estado constante de tristeza, apatia e falta de prazer. Por outro lado, o transtorno bipolar envolve mudanças de humor rápidas e impulsivas, alternando entre momentos de euforia e depressão.

Contribuição da Psicanálise

Imagine a mente como um quebra-cabeça complexo, e a psicanálise como a ferramenta que nos ajuda a montá-lo. Através de conversas profundas, o psicanalista ajuda a entender as peças desse quebra-cabeça e como elas se encaixam.

O papel do psicanalista é duplo ao lidar com o transtorno bipolar. Primeiro, ele auxilia na identificação da fase em que o indivíduo se encontra e orienta sobre como superar a crise.

É importante lembrar que identificar a fase muitas vezes não é fácil, já que a pessoa pode interpretar seus episódios maníacos como uma melhoria abrupta de um estado depressivo.

Assim, é essencial compartilhar informações sobre os diferentes tipos de transtornos, evitando dar um diagnóstico completo logo no início. Isso ajuda a ampliar a compreensão das dificuldades, permitindo enxergar aspectos anteriormente ocultos no inconsciente.

O segundo papel do psicanalista é ajudar a controlar os gatilhos que desencadeiam os episódios de mania e depressão, como filmes, relacionamentos e eventos passados. Isso é alcançado explorando a infância, sentimentos reprimidos e desejos não expressos, fornecendo ferramentas para lidar com a depressão, estresse e outros desencadeantes psicoemocionais.

Compreender o transtorno bipolar e o papel da psicanálise é fundamental para desenvolver uma estratégia eficaz de tratamento. Um acompanhamento empático e seguro auxilia o paciente a compreender sua mente e a transformação de seus pensamentos em ações.

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